sexta-feira, 11 de abril de 2008

Fichamento do texto 3

A Revolução centenária:

Comparando-se o mundo dos anos 1880 e dos 1780, qual seria o resultado? Primeiramente, em 1880 ele era genuinamente global, quase todas as suas partes eram conhecidas e mapeadas de modo mais ou menos aproximado. A ferrovia e a navegação a vapor haviam reduzido as viagens intercontinentais ou transcontinentais a uma questão de semanas em vez de meses.

Ao mesmo tempo, o mundo era muito mais densamente povoado, os mais numerosos eram, de longe, os asiáticos, o segundo maior grupo era o europeu. A população européia praticamente dobrou entre os séculos XIX e XX, eles foram responsáveis, também, pela mudança demográfica drástica, sofrida pelas populações de outros continentes, como a América, por sua emigração em massa.

Por um lado, o mundo estava se tornando demograficamente maior e geograficamente menor e mais global, por outro lado, ele caminhava para a divisão e diferenças entre as nações ricas e pobres, ente economias e sociedades avançadas e atrasadas, por exemplo.

Contudo, em termos de produção, riqueza e cultura, as diferenças entre os países pré-industriais para os padrões modernos, eram mínimas.

No século XIX, a defasagem entre os países ocidentais, base da revolução econômica, que estava transformando o mundo, e os demais se ampliou, primeiro devagar, depois mais rápido.

A tecnologia era uma das principais causas dessa defasagem, acentuando-a não só economicamente como politicamente. Um século depois da Revolução Francesa, tornava-se cada vez mais evidente que os países mais pobres e atrasados podiam ser facilmente vencidos e conquistados, dada à inferioridade técnica de seus armamentos.

Com isso, ao abordar 1880, a Europa, além de ser o centro original de desenvolvimento do capitalismo que dominava e transformava o mundo, era também a peça mais importante da economia mundial e da sociedade burguesa. Sua cultura e vida intelectual estavam majoritariamente nas mãos de uma minoria prospera e culta, adaptadas para funcionar nesse meio e para ele.

Embora, as cidades fossem mais numerosas e tivessem um papel mais significativo nas economias do Primeiro Mundo, com raras exceções, o mundo “desenvolvido” permaneceu surpreendentemente agrícola. Salvo, em seis países europeus, a agricultura empregava menos que a maioria.

Porém, pode-se dizer que mesmo esses países “desenvolvidos” que ainda mantinham-se essencialmente agrícola, ou em todo caso não associados imediatamente às fabricas, já estavam em sintonia com a sociedade industrial e a alta tecnologia.

Para esse mundo “avançado”, existia um modelo referencial das instituições e estrutura adequada, com algumas variações locais. Um país “avançado” deveria ser um Estado territorial mais ou menos homogêneo, e internacionalmente soberano. Deveria ser composto de “cidadãos”, que desfrutassem de certos direitos jurídicos e políticos básicos. Esses eram os passos para os que não queriam ficar à margem do progresso.

Era na tecnologia e em sua conseqüência mais óbvia, o crescimento da produção material e da comunicação, que o progresso era mais evidente. É provável que o único outro subproduto da tecnologia moderna mais universalmente conhecido fosse a rede de linhas telegráficas, assim, ele era mais visível na capacidade de produção material e comunicação rápida e ampla no mundo “desenvolvido”, mas esses benefícios eram distribuídos de maneira desigual entre a população.

O século XX foi repleto de mudanças e os historiadores se esforçam no intuito de melhor formular e apresentar essa mudança universal, porém, diferente em cada lugar e complexa de seus padrões, interações e tendências.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Fichamento do texto 2

Fichamento do texto N° 2: “O Capitalismo Unifica o Homem”

O tempo das certezas: século XX

Francisco Falcon

Falcon inicia seu texto explicitando os argumentos que usará para explicar o processo de unificação do mundo através do capitalismo, sendo a globalização um estágio dessa unificação, pois ela aproxima as mais diversas culturas. No desenvolvimento de seu texto, ele apresenta o capitalismo como pano de fundo da historia contemporânea e o analisa por seus variados ângulos.

É proposta a indagação do surgimento do capitalismo no século XVI, sendo caracterizado pelo comercio de escravos, a expansão marítima e a interligação de nações. O autor vai contra argumentar essa teoria dizendo que não é a existência de mercado que caracteriza o capitalismo, e sim, o tipo de mercado dinâmico ligado à produção de mercadorias. Na sociedade pré-capitalista não se produz mercadorias, produz-se bens que depois podem ser trocados por outros bens; dinâmica pontual e limitada.

Para ele, o capitalismo surge com a Revolução Industrial, o que se tinha antes eram elementos capitalistas e não uma sociedade capitalista como se vislumbra depois de referida Revolução.

Na era do capitalismo industrial, a partir do século XIX, que por vários motivos é comumente dividida em duas fases: do final do século XVIII até mais ou menos 1870; a segunda fase vai de 1870 à 1914, ( a primeira corresponde propriamente a denominação de “ Era do capitalismo” a segunda é geralmente aplicada à designação de “Era monopolista e imperialista” ). É possível detectar uma insurgência de revoluções liberais e burguesas, como a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.


A Revolução Industrial, que é a arrancada do “capitalismo industrial”, começa na Inglaterra e traz grandes transformações nos modos de produção e relações de trabalho; o trabalhador passa a ser um assalariado que por vezes cumpre até 16 horas de trabalho na fabrica.

Na primeira metade do século XIX a questão da liberdade é a que ganha maior ênfase, e nesse momento, trata-se de conquistá-la e defendê-la dos adversários reacionais. Esses liberais lutam por uma constituição que lhes assegurem seus direitos individuais, contudo, esses direitos são restringidos pelos próprios liberais na hora de definir quais são os “cidadãos” eleitores e elegíveis; pois o que os definem são requisitos censitários.

Nesse momento, surge também a questão do nacionalismo e a idéia de construção de nação, no entanto, há problemas políticos e culturais para essa construção, por exemplo: restaurar a língua nacional; resgatar uma literatura ou produzi-la; recuperar a cultura popular e a história nacional. Esses movimentos nacionalistas ameaçavam mais a soberania de alguns estados europeus do que os movimentos liberais.

No entanto, não se trata de uma Europa homogênea ou em iguais níveis de desenvolvimento capitalista, há diferenças econômicas e sociais gritantes entre muitos de seus “países”, como Espanha e Rússia que apresentam o mesmo entrave ao desenvolvimento capitalista: o problema fundiário.

Puderam-se perceber durante o texto as conquistas de uma burguesia empreendedora e eficiente, que pôs ao seu serviço os recursos econômicos capitalistas e a tecnologia em rápida expansão.