terça-feira, 3 de junho de 2008

Texto 4

Fichamento do texto N° 4: “A Era dos Impérios”

Eric Hobsbawm

Uma economia mudando de marcha:

O fim do séc. XIX foi marcado por crises deflacionárias, geradas pelo crescimento da produção industrial que interferia nas taxas de lucro. Era uma crise sem estagnação, pois o que estava em questão não era a produção, mas sua lucratividade.

A agricultura foi a que sofreu mais com a redução das taxas de lucro, pois devido ao aprimoramento das máquinas e conhecimentos químicos, como adubos industriais e fertilizantes, sua produtividade chegou ao pique o que fez com que os preços caíssem bruscamente.

Como reação, não governamental, para conter a crise, teve-se a formação de coorporativas e o alargamento das taxas emigratórias. A formação de corporações era mais comum entre os sem-terra e proprietários de terra sem bens líquidos, estes, sobre tudo, os camponeses com propriedades viáveis, potencialmente.

A emigração ultramarina teve índices mais elevados nos anos 1880, visto que, ela funcionava como válvula de escape para manter a pressão social abaixo do ponto de rebelião ou revolução.

O setor empresarial também sofreu com a crise, já que o crescimento do mercado não foi suficiente para compensar a redução da taxa de lucro. Devido à nova tecnologia industrial que fez aumentar, exorbitantemente, tanto o produto possível como necessário, em parte porque o próprio número de produtos e economias industriais concorrentes estava crescendo, aumentando assim, a capacidade de instalada total, e também porque um mercado consumidor de massa para os bens de consumo ainda se desenvolvia devagar.

A reação de Estado foi a de intervir na economia, através de práticas protecionistas, que agradavam tanto ao grupo de agricultores como ao de industriais nacionais, interessados em minimizar o problema da “superprodução” mantendo o concorrente estrangeiro fora do país. A depressão fechou a era do liberalismo econômico.

Contudo, esse protecionismo não era proibitivo, ele era restrito ao comércio de mercadorias e não afetava os movimentos de mão-de-obra e nem as transações financeiras internacionais.

Outra reação de defesa contra a crise era a concentração econômica, uma tentativa de ampliar as margens de lucros comprimidas pela concorrência e pela queda de preços. Da pressão sobre o aumento dos lucros surge também a “administração científica” que teve como fundador F.W.Taylor, ele sugeriu que os métodos tradicionais, empíricos, e improvisados não eram mais adequados à condução das empresas. Haveria, assim, a necessidade de uma forma mais racional de controlar, monitorar e programar grandes empresas visando à maximização dos lucros.

Como o capital investido na produção tinha retorno cada vez menor, diminuindo, dessa forma, a lucratividade, muitos empresários dirigiram suas divisas e investimentos para outros “países” que poderiam potencializar seus lucros.

Ou mesmo buscar nesses “países” uma saída autoritária e exploradora da crise, visto que a dificuldade pela qual passava o capitalismo, nesse momento, fez com que ele se expandisse para o mundo através do Imperialismo, e esse era realizado muitas vezes por praticas colonizadoras.

Entende-se assim, que, o sistema capitalista cria e destrói os mais variados elementos, sejam eles culturais, profissionais ou outros, e tem na crise um “alimento” que serve como combustível para sua renovação. Essas crises vão se tornando cada vez mais complicadas e diferentes e cada vez mais o setor financeiro ganha importância e dinâmica no sistema capitalista.

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