terça-feira, 3 de junho de 2008

Texto 6

Fichamento do texto N° 6: “Orientalismo”

O Oriente como invenção do Ocidente

Edward W. Said

O oriente ajudou a definir a Europa, como sua imagem, idéia e personalidade, contudo, nada desse Oriente é meramente negativo. Ele é parte integrante da civilização e da cultura material da Europa.

O Oriente expressa e representa esse papel cultural e até mesmo ideologicamente como um modo de discurso, com o apoio de instituições, vocabulário, instituições, erudição, imagética e até burocracias e estilos coloniais. Mas, o grande aumento da importância do papel econômico e político dos americanos no Oriente próximo (Oriente Médio) assume uma grande proporção do entendimento sobre esse Oriente.

A relação entre Oriente e Ocidente é uma relação de poder, de dominação, de graus variados de uma complexa hegemonia ocidental. O Oriente foi “orientalizado” não só porque se descobriu “oriental”, mas, também, porque podia ser feito “oriental”.

De maneira bastante constante, o orientalismo depende, para a sua estratégia, dessa superioridade posicional flexível, que põe o Ocidente em toda uma série de relações possíveis com o Oriente, sem que ele jamais perca a vantagem relativa.

Ao que parece, o interesse europeu e depois o americano, pelo Oriente era político, mas, foi a cultura que criou esse interesse, que agiu dinamicamente em conjunto com as indisfarçadas fundamentações políticas, econômicas e militares para fazer do Oriente o lugar complicado que ele era no campo do orientalismo.

A autoridade marca o orientalismo, ela é formada, irradiada, disseminada, é instrumental, persuasiva, tem posições, estabelece padrões de gosto e valor, é virtualmente indistinguível de certas idéias que dignifica como verdadeiras, e das tradições, percepções e juízos que forma, transmite, reproduz.

Talvez a tarefa mais importante de todas fosse o estudo das alternativas contemporâneas para o orientalismo, que investigue como se podem estudar outras culturas e povos de uma perspectiva libertária, ou não-repressiva e não-manipulativa.

Entende-se que por muitos anos o orientalismo é usado como o “outro” para a auto-definição do Ocidente. Ele é pensado como construção da supremacia cultural do Ocidente.

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